Artigo: Engenheiro Felipe Faria
De início, a palavra “Telemetria” quase sempre remete às equipes e aos engenheiros de Fórmula 1. Nesse caso, entendendo-se como linhas geradas em uma tela que parecem ser provenientes de um eletrocardiograma e que só aqueles engenheiros especializados conseguem interpretar.
Porém, na realidade, a telemetria nada mais é do que a transmissão de dados a distância, e, na era de conectividade, ela já está presente no nosso dia a dia em quase tudo: desde as equipes de Fórmula 1, até o órgão de trânsito local monitorando o tráfego na cidade.
Como a telemetria está presente no seu dia a dia
Desse modo, após o desenvolvimento das redes de telefonia móvel 4G, não se faz mais necessário uma rede complexa de antenas e repetidoras, bastando um simples chip GSM para se fazer possível o uso da telemetria.
Assim, as empresas de ônibus urbanos, por exemplo, têm transmissores de dados via 4G em seus veículos, semelhantes a um celular, para monitoramento dos dados de motor, velocidade dos veículos e localização de cada ônibus para melhor controle de manutenção, consumo de combustível e utilidade de cada linha.
As empresas de mineração também têm transmissores de dados em todos os seus veículos, não só para controle dos mesmos, mas principalmente da produção e seu escoamento pelas minas.
Telemetria como grande aliada da FPT
Por conseguinte, a FPT também utiliza equipamentos conectados a redes de telefonia móvel para monitoramento de protótipos e levantamento de dados no desenvolvimento de seus motores a partir da telemetria.
No tratamento de emissões, por exemplo, são feitos testes em laboratórios para se estimar e simular a produção de fuligem, de NOx, e outros gases poluentes, e seus respectivos tratamentos.
Mas a utilização de cada cliente é diversa, e o teste em veículo é indispensável. Isso quer dizer que não dá para se comparar um cliente que tem um veículo de carga que normalmente anda em centros urbanos, com velocidade média baixa e pouca potência média a nível do mar, com outro cliente que trabalha em minas nos andes, em rotas com alto fator de carga e em altitude de mais de 4000 metros, onde a pressão atmosférica é quase metade da encontrada no nível do mar.
Dessa forma, a telemetria é aliada da FPT no monitoramento de protótipos que são inseridos em rotas simuladas da real aplicação dos produtos e, em alguns casos, em produtos de clientes finais que transmitem dados diretamente à FPT.
Assim, cria-se um laboratório ambulante gerando-se dados 24 horas por dia, sete dias por semana, num volume de dados tão grande que se pode levantar tendências de cada aplicação. Esses dados são acessados por departamentos diversos, em qualquer lugar do mundo, seja no centro de desenvolvimento de Contagem ou Turim.
Como exemplo, podemos citar a capacidade de tratar emissões de NOx que está diretamente relacionada à temperatura do sistema de pós-tratamento de um veículo. Com a frota conectada à telemetria, os engenheiros conseguem levantar dados estatísticos da eficiência do sistema, de acordo com sua temperatura média, que é influenciada pelo usuário, temperatura ambiente, condições climáticas etc.
Além disso, no desenvolvimento de um novo produto, apesar de existirem atividades dedicadas de testes e validações, é na frota monitorada que é feita a real validação do produto. Dessa forma, quando ocorre uma nova falha, normal em qualquer desenvolvimento, vários os dados pertinentes para o diagnóstico e resolução de problemas já estão gravados e o tempo de reação é encurtado.
Quais são os equipamentos de telemetria disponíveis na FPT?
Atualmente, os equipamentos de telemetria são produtos específicos e instalados pelo time de engenharia ou de suporte ao cliente. Mas já se pode imaginar o próximo passo em que todos os veículos ou máquinas estarão conectados de alguma maneira a um banco de dados dos fabricantes.
Isso já acontece com fabricantes de telefones celulares, e a discussão sobre privacidade e uso de dados é complexa e deve ser controlada por órgãos públicos. Por outro lado, quanto mais conectada estiverem as frotas, mais qualidade a FPT vai entregar.
Nesse caso, os produtos serão moldados para a real necessidade de seus clientes, e será mais fácil identificar a especificidade de cada aplicação. Além disso, problemas de qualidade de campo vão ser identificados mais rapidamente, e a solução também vai ser igualmente ágil.
Como tudo na era digital, conectividade significa controle, que significa eficiência. Portanto, o uso de telemetria já é item essencial no desenvolvimento de qualquer produto da FPT. A cada dia que passa, mais pessoas são alocadas a atividades exclusivas a análise de dados de telemetria e o volume de dados é tão grande que ainda não se encontrou o limite.
Por fim, com a implementação da rede 5G no Brasil e no mundo, amplia-se a capacidade de transferência de dados. Com isso, mais atividades de desenvolvimento serão geradas, mais pessoas terão que estar focadas no tratamento e análise de dados de telemetria.
A FPT está no caminho e segue pronta para esse futuro!
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