Como será a fábrica do futuro? Como será organizada? Para responder a estas e muitas outras questões relativas ao modelo de produção da Indústria 4.0, basta ir às instalações da Driveline da FPT Industrial, em Turim, dedicada à produção de transmissões e eixos para veículos pesados.
No departamento de montagem trabalha a AURA (Advanced Use Robotic Arm): um robô concebido e construído pela Comau e utilizado no projeto HuManS (Human-centered Manufacturing System). Criado para um concurso, o projeto vê o homem no centro do sistema de produção, envolvido por máquinas que o ajudam e com as quais divide o espaço de trabalho com total segurança.
Com quase três metros de altura e pesando cerca de três toneladas, a AURA é um robô industrial colaborativo, capaz operar ao lado das pessoas, sem barreiras e na mesma estação de trabalho, para ajudar a realizar as tarefas mais repetitivas e, se necessário, pode ser guiado manualmente pelo operador, a qualquer momento. Especificamente, a AURA pega de, forma independente, uma peça do carrinho de abastecimento e a passa delicadamente para o operador com quem compartilha a estação de trabalho. E é precisamente o operador humano que, a este ponto, assume o comando das operações, guiando o robô por meio de um guidão apropriado, de forma que o braço mecânico aproxime a peça da bancada, onde é acoplada com uma alavanca.
Uma colaboração e uma sinergia perfeita, onde cada uma das partes envolvidas consegue dar o melhor de si. O robô realiza trabalhos pesados de forma metódica e sem esforço, é o único colaborativo do mercado capaz de levantar até 170 quilos, enquanto a fase delicada de montagem é controlada pelo homem, que aproveita assim a sua capacidade de se adaptar a situações de trabalho e estratégias de montagem, que variam muito de modelo para modelo.
Mas a força não é o único elemento que faz da AURA um robô sem igual. Na sua função de máquina colaborativa, de fato, deve ser capaz de perceber a presença, seja de outra máquina ou de uma pessoa de ‘carne e osso’, dentro do espaço em que opera. E para fazer isso, usa seus “sentidos” ao máximo.
Uma “pele sensível” – macia e inspirada na pele humana – que lhe permite decidir se reduzir a velocidade com que se move ou pare completamente. Uma “visão”, em forma de câmera 3D, que o robô usa para escanear a peça a ser retirada para entender em que lugar está. E por último “o tato” que se expressa através de uma pinça, capaz de levantar o componente a ser movimentado e pegá-lo com firmeza, mas ao mesmo tempo com delicadeza. Mas isso não é tudo. Para poder trabalhar sem nenhuma barreira, ao lado de um ser humano, na linha de montagem driveline da FPT Industrial, a AURA possui um verdadeiro “sexto sentido”: um sistema avançado e complexo de escaneamento a laser, que inspeciona e monitora o espaço de trabalho quando o braço está em operação.
A FPT Industrial e a Comau participaram ativamente do projeto HuManS, desde as fases preliminares de definição dos requisitos e das áreas de aplicação, em 2017, com o objetivo de melhorar e tornar os processos mais eficientes, graças à implementação de novas soluções técnicas voltadas especificamente para a ergonomia de fábrica. Além disso, como usuário final, a FPT Industrial e a Comau garantiram constantemente um monitoramento eficaz da validade industrial real dos resultados, facilitando assim sua transição do campo científico para a aplicação.
“Estamos felizes por termos realizado este projeto junto com uma parceira de excelência como a Comau”, diz Giuseppe Daresta, gerente Manufacturing da FPT Industrial “A configuração feita na fábrica Driveline de Torino representa uma grande inovação, pois melhora a ergonomia nas operações de montagem manuais de elementos pesados, ??graças ao suporte de um robô capaz de compartilhar, de forma segura, os espaços com o operador humano”.
“A sinergia entre as duas empresas líderes em tecnologia, como a FPT e a Comau, levou a uma solução inovadora focada no robô colaborativo AURA. A Comau sempre esteve comprometida com o desenvolvimento de produtos e sistemas voltados para o aprimoramento dos processos de produção dos clientes, no que se refere a flexibilidade, qualidade e eficiência – faz notar Pietro Ottavis, Chief Technology Officer da Comau -. Os ‘cobots’ e as ferramentas digitais são algumas das tecnologias principais que a Comau desenvolveu, seguindo sua abordagem para a Indústria 4.0, chamada HUMANufacturing, para realizar uma colaboração plena e segura nas atividades de produção entre seres humanos e máquina, utilizadas para apoiar os humanos em operações que requerem maior velocidade, força e repetibilidade, bem como nas mais perigosas”.